O Bom Dia Brasil agora fala da sessão que não aconteceu na quinta-feira (19) no Conselho de Ética da Câmara.
Eduardo Cunha é acusado de manobrar e emperrar a investigação contra ele. Deputados dizem que agora Cunha passou dos limites. E não deu certo.
As manobras e a reação contra elas na Câmara e até fora do
Congresso acabaram fazendo mais barulho do que a leitura do relatório no Conselho de Ética. O conteúdo, todos já conhecem, abre caminho para o processo contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética. Cunha é acusado de mentir no Conselho sobre contas na Suíça.
O protesto de deputados contra o presidente da Câmara foi no meio da sessão.
“Para mim é uma aberração, é algo antirregimental, é algo que mostra uma linha de conduta absolutamente equivocada por parte da presidência desta Casa”, diz o líder do DEM, deputado Mendonça Filho.
“Se está agindo dessa forma, é porque a culpa é muito grande e muito grave”, acrescenta o líder do PPS, deputado Rubens Bueno.
“O PSDB não continuará nesta sessão!”, afirma o vice-líder do partido, deputado Nilson Leitão.
Diante do presidente, dezenas de deputados viraram as costas e saíram do plenário. A rebelião foi por causa da decisão de cancelar a reunião do Conselho de Ética que tinha acontecido mais cedo.
“Nada do que aconteceu na comissão, em qualquer comissão, tem qualquer tipo de validade”, avisou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A reunião do Conselho era para decidir se o processo contra Cunha deveria continuar ou não. Mas o que se viu foi uma série de tentativas de prejudicar a sessão. Primeiro, não tinha lugar para o encontro. Depois, teve a demora de aliados de Cunha pra aparecer. Os três deputados do PT também não apareceram no começo da sessão. Só chegaram quando já tinha deputado suficiente para iniciar os trabalhos. Aí começaram vários movimentos para atrasar a sessão
“Temos que ler a ata, aprovar em plenário para Vossa Excelência seguir a reunião do Conselho”, destacou o deputado Manoel Junior (PMDB-PB).
Vinte minutos depois, os deputados ainda discutiam, quando foram avisados de que a sessão no plenário principal já tinha começado. Isso por volta das 10h40, bem mais cedo do que o usual.
“Quando começa a sessão da Casa, tem que encerrar as comissões, e o senhor está descumprindo, o senhor não pode descumprir”, cobrou o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP).
O Conselho de Ética voltou a se reunir, mas não votou nada. Para muitos deputados, ficou clara a manobra do presidente da Câmara para tentar prejudicar e adiar os trabalhos do Conselho.
No fim do dia, até aliados de Cunha reconheceram que foi um tiro no pé. Provocou uma reação inédita de deputados em plenário e pode complicar ainda mais a situação do presidente da Câmara
“O que o Parlamento disse é: não aceitamos a sua presidência, o senhor não pode mais presidir a Câmara dos Deputados, não tem condições morais de fazê-lo”, afirmou Alessandro Molon (Rede-RJ).
Eduardo Cunha disse que não fez nenhuma manobra e afirmou que ele é que está sendo perseguido.
“Eu não vou me constranger por um processo que é político daqueles que eventualmente fazem oposição a mim, querendo me constranger, não vou me constranger por isso”, afirmou.
“Nós precisaríamos aí de uma grandeza maior para no contexto haver o afastamento espontâneo, quem sabe, até a renúncia ao próprio mandato”, disse o ministro Marco Aurélio.
O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD) revelou que o relator do processo contra Cunha, deputado
Fausto Pinato (PRB), e a família receberam ameaças. Ele pediu à
Polícia