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24 março 2011

Roriz virá réu em ação de improbidade pelo MP do DF

O ex-governador Joaquim Roriz e suas gerações descendentes - as três filhas e netos maiores, tornaram-se réus em ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público do DF e Territórios na 3ª Vara de Fazenda Pública. Só a mulher escapou. Eles são acusados de ganhar, a título de propina, em 2006, quando Roriz era governador, 12 apartamentos de alto padrão no condomínio residencial Monet, no bairro de Águas Claras, construído com ajuda de dinheiro público.

O suposto presente, segundo as investigações, foi dado pela construtora WRJ Engenharia de Solos e Materiais, a título de retribuição por um financiamento de R$ 6,7 milhões, obtido no banco estatal BRB, a mando de Roriz, para construção do condomínio. O empreendimento é formado por duas torres de 48 unidades, totalizando 96 apartamentos de 164 a 200 metros quadrados, cada. Um contrato de gaveta, apreendido em operação da Polícia Federal em 2010, comprovou que os imóveis foram repassados de forma camuflada ao clã Roriz.

Governador do DF quatro vezes e coronel político imbatível desde a conquista da autonomia política da capital do País, na década de 1980, Roriz começou a entrar em desgraça em 2007, quando renunciou ao mandato de senador para escapar de processo de cassação por quebra do decoro no escândalo da "bezerra de ouro". Durante a operação Aquarela da polícia civil local, ele foi flagrado em interceptação telefônica negociando a partilha de um cheque de R$ 2,2 milhões, emitido pelo empresário Nenê Constantino, fundador da Gol Linhas Aéreas.

Por meio do assessor de imprensa, Paulo Fona, o ex-governador e os familiares alegaram que a transação nunca se concretizou, "como está demonstrado nos autos". Os advogados de Roriz, das filhas parlamentares e dos demais membros da família vão contestar a ação e pedir seu trancamento na Justiça. Curiosamente, o Monet fica ao lado do edifício Lucena Roriz, pai do ex-governador.

Além da perda dos bens e devolução dos aluguéis recebidos pela família, a ação prevê a suspensão dos direitos políticos de todos os envolvidos por dez anos, proibição para que eles possam contratar com o poder público nesse período, além de multa no valor de três vezes o acréscimo patrimonial.

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