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A depressão é muito mais do que uma tristeza profunda. As vítimas desse mal têm alterações nos neurotransmissores cerebrais envolvidos na sensação de bem-estar. Enquanto nas pessoas com química cerebral normal essas substâncias enfrentam baixas temporárias em momentos de tristeza, no deprimido elas estão sempre no chão. Na depressão, há níveis alterados de noradrenalina e serotonina , conta a psiquiatra Evelyn Vinocur, do Rio de Janeiro. E os medicamentos usados no tratamento corrigem as alterações desses neurotransmissores, promovendo o reequilíbrio químico no cérebro , explica.
Os neurotransmissores são moléculas que fazem a comunicação entre os neurônios. Um deles, a serotonina, está diretamente relacionado ao humor. Para conectar as células, essas moléculas caem num espaço entre elas, chamado fenda sináptica. Nos deprimidos há menos quantidade desses mensageiros entre os neurônios. Para piorar, um mecanismo natural de reaproveitamento de neurotransmissores empurra algumas dessas moléculas para dentro da célula novamente. Resultado: o nível delas despenca, derrubando também o humor.
Sabe-se que há uma forte predisposição genética a esse desequilíbrio químico por trás da depressão. Tanto que a doença só dá as caras em quem tem os genes do problema. Estudos mostram que filhos de pai e mãe depressivos têm cinco vezes mais chance de ter o mal. Mas remédios, drogas, doenças neurológicas e até tumores podem dar mais um empurrão à vítima.
As oscilações hormonais também influenciam as taxas de neurotransmissores. Não à toa a depressão é duas vezes mais incidente nas mulheres e costuma aparecer na gravidez e no pós-parto, famosos períodos de dança hormonal.
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